quinta-feira, abril 08, 2010

As Bibliotecas e a Construção dos Conhecimentos

Domingo, 14 de Março de 2010
As Bibliotecas e a Construção dos Conhecimentos

Decorreu entre um e cinco de Março na Biblioteca Escolar da nossa Escola 1), um conjunto de actividades à volta da leitura, dos livros, das imagens, da Internet e da interligação destas com a música e com outras formas de arte.

As acções envolveram toda a comunidade escolar, bem como a presença de destacados elementos ligados às diferentes áreas do conhecimento. De realçar o entusiasmo e a pertinência das questões colocadas pelos nossos discentes, mostra significativa do seu apreço pelo que viam e ouviam. Os alunos, essas curiosidades inquiridoras de saberes hão-de perpetuar o gosto pelas bibliotecas e pelo contributo que estas prestam ao ser humano; ficaram mais copiosos em sabedorias e conscientes de que as palavras são mágicas e é através delas que vamos modelando o conhecimento do mundo e a nossa auto-consciência.

A presença do poeta e escritor Hugo Santos, com quarenta e três obras publicadas e vinte prémios literários ganhos despertou grande interesse entre os nossos jovens, na medida em que um professo pensador e escrevinhador de utopias tem sempre algo do mundo dos sonhos para comunicar, algo de mágico que provoca nos alunos o gosto pelo encantamento e uma reflexão intuitiva sobre a força das palavras.

Percorremos mais de dois milénios e meio de História e falámos sobre papiros, volumina, códices, enfim, de livros e dos ‘revolvimentos’ que esses objectos provocaram na espécie humana e no planeta Terra. Percebemos o contexto em que surgiram ou como poderão ter sobrevivido as palavras dos livros; como foram usufruídos provavelmente por gente ‘simples’ e ‘poderosos’, atravessaram revoluções, ou foram salvos, in extremis de qualquer calamidade.
Compreendemos que cada livro tem uma história particular e que cada cérebro o lê e interpreta à sua maneira. Percebemos quão importante é hoje a consulta e a leitura da blogosfera como espaço cívico de conhecimento e de debate livre de ideias.

O livro acompanha-nos há muito. «Do mesmo modo, se o livro electrónico acabar por se impor em detrimento do livro impresso, há poucas razões para que este último seja expulso das nossas casas e dos nossos hábitos. O e-book não matará o livro. Assim como Gutenberg e a sua genial invenção não suprimiram de um dia para o outro o uso dos códices, nem este, o comércio dos rolos de papiro ou volumina 2).» Existe, isso sim, um ampliar do conjunto de oportunidades de registarmos os nossos conhecimentos e as nossas memórias. O filme ainda não trucidou a pintura, nem a televisão o cinema. A civilização ocidental sacralizou o livro. De certa forma, com a era da Internet quebrámos a antiga e costumada ligação estabelecida entre os discursos e a sua materialidade memorizada, os livros em formato tradicional. Alguns falam em subversão. Não serão antes sinais dos tempos, um assumir diferente no que diz respeito ao repositório das memórias!?

O importante mesmo é auto-conhecermo-nos e reflectirmos, é amarmos os livros e criarmos o gosto pela leitura e pela escrita, é desenvolvermos literacias e construirmos a partir das utopias do presente a sociedade do futuro sem esquecer as memórias que vêm desde o princípio dos tempos.
Adriano Milho Cordeiro


Adriano Milho Cordeiro



1)Escola Secundária com 3.º Ciclo do Entroncamento.
2) Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, A Obsessão do Fogo, Lisboa, Difel, 2009, p. 9.

Trabalhar com portfólio

Sábado, 31 de Outubro de 2009. ESML.
Trabalhar com portfólio

- Confesso que nunca trabalhei com portfólio.

- Penso que é importante trabalhar a partir de agora, com este instrumento de avaliação. Muitos autores consideram o portfólio como um documento de registo do
aluno, apresentando o mesmo, todas as possibilidades de construção individual e colectiva, exercitadas ao longo de uma disciplina. O portfólio, diferentemente de inúmeros relatos em artigos, livros e outros materiais de ensino-aprendizagem deve ser usado como uma ferramenta de estudo e aquisição de novos conhecimentos, e por conseguinte, possibilita a efectivação de uma avaliação globalizante. O objectivo é o de fazer com que o aluno contribua com discussões e argumentações na sala de aula e fora dela, que possa mostrar as aquisições do quotidiano que o cerca, faça pesquisas científicas, relacione literatura consultada, sítios da internet e adquira competências.1)
O aluno passa a construir o seu material pedagógico, com aquilo que lhe interessa, com as questões que lhe trazem mais curiosidades, questões que por vezes exigem mais dificuldades de produção de respostas. Desta forma o aluno procura descobrir os seus limites e as suas possibilidades. O portfólio passa ser um instrumento de criatividade, troca e construção de parceria pedagógica. O registo é uma maneira gratificante de descoberta; os alunos dos ensinos básico e secundário e até por vezes, do ensino universitário, escrevem cada vez menos; o portfólio faz com que os discentes redijam, participem, produzam materiais, leiam, adquiram competências e desenvolvam conhecimentos.2)
O portfólio, desta forma, faz do aluno, agente dialógico do seu próprio produto. Todos os alunos poderão ser pesquisadores, criativos e construtivos. O portfólio é essencial para o sucesso de novas aprendizagens e para adquirir e consolidar competências num mundo marcado por diversidades culturais, onde as apelativas e novas tecnologias imperam.


1)Cf. http://www.dee.ufma.br/~fsouza/anais/arquivos/1_273_472.pdf
2)Idem, Ibidem.

Utilização do Portfólio

Terça-feira, 8 de Dezembro de 2009. Torres Novas. ESML.
Utilização do Portfólio

Boa tarde.

Confesso que a utilização do portfólio por parte dos meus alunos faz muito sentido, uma vez que me permite fazer uma avaliação mais objectiva, quer na disciplina de Português quer na de Teatro.

Adriano Milho Cordeiro.